Pode parecer mentira, mas a tese mais
bem-aceita sobre a origem do cifrão tem a ver com o semideus grego Hércules.
Chegamos nisso logo logo.
Normalmente as moedas têm uma representação gráfica que se compõe de seu
símbolo - no caso do Real, um R, no caso do dólar, um US - e do cifrão ($).
Este foi inventado pelo general Táriq-ibn-Ziyád, que comandou a bem sucedida
invasão árabe da Península Ibérica, no século VIII. Essa invasão, iniciada
quando um rei deposto pediu auxílio militar aos mouros, terminou no domínio
árabe da região onde hoje estão Espanha e Portugal - apenas em 1492 a última
cidade espanhola foi recuperada pelos europeus.
Mas voltemos ao general. Táriq teria partido da Arábia e atravessado o
Egito, os desertos do Saara e da Líbia, a Tunísia, a Argélia e o Marrocos até
cruzar o Estreito de Gibraltar e chegar à Espanha. O numismata Claudio Amato,
ex-presidente da Sociedade Numismática Brasileira, conta que o general teria
mandado cunhar moedas mostrando uma linha sinuosa, em "S",
representando o seu tortuoso caminho, em comemoração a sua vitória. E os traços
verticais do cifrão?
Aí é que entra Hércules, o semideus responsável pelos 12 Trabalhos mais
impressionantes do mundo antigo. Em um desses trabalhos, Hércules abriu caminho
rachando ao meio uma montanha com apenas um golpe de maça - assim conta a
mitologia. Deste episódio veio o apelido do Estreito de Gibraltar, que separa a
África da Europa: Colunas de Hércules. Amato, então, liga o cifrão a tudo isso:
"nas moedas, os dois traços representam as colunas atravessadas por Táriq
na campanha para a conquista".
Fonte: Casa da Moeda do Brasil